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Produção 30% maior faz Mercedes voltar a contratar

Fabricante de caminhões e ônibus soma quase 700 novos empregados desde janeiro

PEDRO KUTNEY, AB

Mercedes-Benz anunciou na terça-feira, 27, a contratação de mais 250 pessoas para a fábrica de São Bernardo do Campo (SP) e outras 80 para a planta de Juiz de Fora (MG). Os novos empregados vão se juntar aos 350 que haviam sido integrados em janeiro. Com isso, só no início de 2018 já são quase 700 novos empregos (680) gerados pela fabricante de caminhões e ônibus que desde 2013 demitiu 5 mil com o agravamento da crise econômica.

A reversão do quadro de demissões para contratações se deve à recuperação do mercado brasileiro de caminhões e ao aumento das exportações nos últimos anos, que elevaram sua importância de 10% da produção em 2014 para 40% no ano passado. No primeiro bimestre deste ano o volume de veículos produzidos pela Mercedes-Benz no País cresceu 30% em relação aos mesmos dois meses de 2017.

“Passamos por um momento de recuperação após uma longa recessão. Ainda estamos longe dos volumes de antes, mas voltamos a crescer. No atual ritmo, o mercado brasileiro de caminhões aponta para crescimento 30% este ano”, afirmou Philipp Schiemer, presidente da Mercedes-Benz do Brasil.

 

As duas fábricas da Mercedes no Brasil, São Bernardo com 8 mil empregados e Juiz de Fora com 700, trabalham em apenas um turno, mas desde o início do ano são programados trabalhos em alguns sábados por mês, em regime de horas extras. Schiemer avalia que se a expansão continuar o segundo turno poderá ser aberto no próximo semestre e novas contratações serão necessárias. “Vamos avaliar com cautela, ainda temos incertezas e eleições pelo caminho que podem mudar o cenário, mas até agora estamos indo bem, por isso precisamos contratar”, disse o executivo.

Ele conta que o segmento de caminhões pesados vem puxando o crescimento das vendas. Reflexo disso é a produção do extrapesado Actros em Juiz de Fora, que era de apenas cinco unidades por dia no início de 2017 e já subiu para 18, uma expansão de 260% no período.

EXPORTAÇÕES CRESCENTES

 

Com o movimento para cima do mercado brasileiro, Schiemer avalia que a representação das exportações na produção deverá cair naturalmente dos atuais 40%, mas não muito, pois ele lembra que o bom resultado das vendas externas é fruto de negociações que foram realizadas ao longo dos últimos anos e que agora fazem efeito.

Os principais mercados externos continuam sendo a Argentina e demais países da América Latina, mas existem projetos de exportação em andamento para África e Oriente Médio. Schiemer também recorda que não só veículos completos estão sendo exportados, mas também agregados. No ano passado a Mercedes começou a embarcar motores Euro 5 para Alemanha e Estados Unidos.

 

Fonte:AB